extinto o cheiro
de vida.
Avoa avó:
epopéicos fragmentos de um convívio ancestral tardio:
até no verso era mentiroso:
a verdade foi excluída do mundo
-dizia ela vestida de fucsina nos olhos-
na rua é tudo igual
pendura seu filho na parede
acaso seja santo
o que quer que ele
exista.
O rancho do poço
sandália azul
casa de alça
do pé podre de preto
perseguidor de amoras
e outros afetos silvestres.
Virgo.
Angelina;
Leo.
poldo
multípode.
Domingos
cheios
de frações de horas
suicidas
Tios
Luises
opacos de fomeza
rancho
sem interior
e para ela
sou o dono da razão
sempre não legitimado
pela traição do meu instinto
fibroso.
sempre um eu aqui
transformando furacões
em sacis de roda aérea
aprisionados
nas mensagens
agramáticas
do afeto
desgarrafadas.
Obaluaê até então
favorito
até o portão
de qual morro?
essa minha memória-estalinho
de chão cru
marrom
junino
ceiávamos cocadas
em altas igrejas
onde podíamos rolar as escadas
sem nenhum queixo quebrar
ou rir
noite a dentro
criando personagens
para todas as nossas surpresas
terem cabeça
mão
e
pé
murchos
de tanto banho de banheira.
nosso canto limpava as retinas
a aceitar a feia Guanabara
paisagem-poema
.
seu retrato pintado de mim
jaz
z na pedra
e estrelas
muitas estrelas
porquanto juntos
tínhamos braços longos
inéditas músicas
beijos em construções
subida ancestral Favela
nossos vermelhos barracos
íntimos, pulsantes
tinham vista para o mar
e à presidente Vargas
dávamos de ombros
que de alguma forma aquele rosto
molhado na caixa d’agua
em pingos
empoçou uma expressão de êxtase
que tempo algum seca.
um dia
nossos netos hão de se questionar
profundamente
como
em literais ondas
fracas
quase
a
f
o
g
a
m
os no seco
e depois de contada a história
só um de nós irá rir
porque o conto diminuído ponto
do vivido
perde demasiado
graça
e morre .
o poema chega
e já vamos.
quando a morte
fantasiada
chegar
toda
via
vacilantes
caiamos
sem quedar
sinalizemos
de longe
um na proa
um na popa
qual vento de vida
porque se esse poema já chega
assim
é que algo soprou.
e já vamos,
já vamos.
.(caiando).
um branco mangue
berço de outra coisa
para além-nós
reticentiados.
Qual o tempo no corpo?
Qual o tempo do corpo?
Até jogarem uma bomba
atômica
no Aqüífero Guarani?
E fazer chover
gota de terra molhada,
tétricos pingos criptônicos?
Aí quanto de tempo no corpo?
Ou o quanto de seu corpo no tempo é o que duramente dura?
Até os biopiratas, falidos, levarem corpos cari-ocas
e mapearem genomas da gênese procrástica
do afamado jeitinho brasileiro?
“Você passaaaa dissipaaada
na fumaça do teu orgulhoooo...”
canta presa o samba
uma animada e já sem roda
velha ararinha azul
num bole-bole sem fim
enquanto isso...
nos palácios da injustiça
já descolorem-se alvoradas
e alguém perifericamente longe
grita gol
com muito
eco.
O existiranti-alfarrabonóiaprazer----------------------------entrevivido----------doro gozo dos sentidosouo prazer anímico ?“tudo junto” - dizia o dono do banquete“separado” – pedia quem pagava a conta.o gozo dos sentidosouo prazer anímico ?“Alquímico!” – dizia quem estava muito ocupadoem viver para comeralguma coisade só dor.