dessa vez
sem Cândido.
Valéria valia um vale tudo
surrada d’areia
e vento
e gelo
d’agua
ficcioanalizava sem intento narrador
naquele dia
a colega e fria Ipanema
o olhar jogado com os transa-untes
fazia pelos sis valer o jogo
que tinha a alma boa (nojo!)
e digna
que eles não são.
nada.
pedra vira areia espancada de água
sem o mínimo de nós.
Valéria valia tudo
hoje.
os fogos de quando arrebentou sua mãe há 47 anos atrás
doloridos choros
centelha nascida
para Váleria valer no além-nós
oferta-se palavras
como numa feira de frutas só maduras e podres
pelo simples motivo de abraçá-la de graça.
Valéria valeu tudo
nos tempinhos de carência bêbada
festejando cheia de dentes
o nada simples da São
Salvador.
Valia tudo.
com todos os antitéticos clichês
não abortados
eu escrevia.
ela via. imanente. ria largo.
desenhava uma áurea sua inventada
só para abraçá-la de graça.
ou prendia ela em grafos-âmbar
ou perdia seu sorriso para sempre.
assim eu fiz.
assado você lê.
e já há mais uma hóspede no falso eterno.
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