domingo, 30 de outubro de 2011

Rainha de isopor


dessa vez
sem Cândido.
Valéria valia um vale tudo
surrada d’areia
e vento
           e gelo d’agua
ficcioanalizava sem intento narrador
naquele dia
a colega e fria Ipanema
o olhar jogado com os transa-untes
fazia pelos sis valer o jogo
 numa filia platônica que não penso junto falo
que tinha a alma boa (nojo!)
e digna
 bobamente escrivão de inventos metafíscos.
que eles não são.

nada.

pedra vira areia espancada de água
sem o mínimo de nós.
 mas por poucas ampulhetinhas de carência
Valéria valia tudo
 hoje.
os fogos de quando arrebentou sua mãe há 47 anos atrás
doloridos choros
centelha nascida
para Váleria valer no além-nós
oferta-se palavras
como numa feira de frutas só maduras e podres
pelo simples motivo de abraçá-la de graça.



Valéria valeu tudo
nos tempinhos de carência bêbada
festejando cheia de dentes
o nada simples  da São Salvador.



Valia tudo.
com todos os antitéticos clichês
não abortados
eu escrevia.
ela via. imanente. ria largo.
desenhava uma áurea sua inventada
só para abraçá-la de graça.
ou prendia ela em grafos-âmbar
ou perdia seu sorriso para sempre.

assim eu fiz.
assado você lê.
e já há mais uma hóspede no falso eterno.

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