noite de domingo
na eutanásia homeopática
sofria vão
de grão em grão
por um funil-seringa na veia
soterrava a alma
viva
de dentro do corpo
vidro
vidro
ampulheta
por onde pingam os dias
disso que chamamos tempo
que só é o tempo
do mundo
que dura em nós
a escrita dos afetos
criança
praia
graveto
poemalavras
risque-rabisque
onda
e fim.
pior do que saber
que não existem dois de você
nem talvez um que me queira
é saber que já existia
antes
uma multidão em fila
rumo à câmaras de gás
tristes
anarco-suicidas
ciclista de roda só
circenses
falidas
ciclista de roda só
circenses
falidas
órfãs do pai
que eu nunca fui
malogrado meu sangue
de muita doença de mundo
talvez seja
parte da experiência habitual minha
o formol
os vidros
e os fetos.
o cortiço
a penitenciária
a masmorra de pedintes
chafariz
esmolas
o abrigo das marquises
o salto mortal do livre-arbítrio
que irremediavelmente
cai sempre de pé
bichano que é
enxergando longe no escuro.
malogrado meu sangue
de muita doença de mundo
talvez seja
parte da experiência habitual minha
o formol
os vidros
e os fetos.
o cortiço
a penitenciária
a masmorra de pedintes
chafariz
esmolas
o abrigo das marquises
o salto mortal do livre-arbítrio
que irremediavelmente
cai sempre de pé
bichano que é
enxergando longe no escuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário