sexta-feira, 30 de março de 2012

-2

Gritam os passaros da manhã
e na cama baixa deitam Drummond, Sade e Gullar
que conta coisas do osso
enquanto o mineiro pede voz baixa
para o MARQUÊS QUE GEME
as dores das libertinagens-consolo
feito um vibrador de gozo
e falsa liberdade.


Bach pole  ar como Spinosa vidros.
vinhos
espessam meu sangue-delta
onde desembocam as toxinas que sobram
de tudo que não é inocência infante.

-

ARMISTÍCIO  
  AR MESTIÇO
AR MÍSTICO
       MESQUINHO
       MIRTÍLICO
       MARINHO
COM MAIS BRANCO
JÁ É POIS
O TERCEIRO
     OLHO
DO DESEJO.


a iminência da FINITUDE.




dÍNAMOS
AMAMOS DÍNAMOS
         TOLIMOS
EXEGESES  LÍMPIDAS
MASQUEROSAS TRANSPARENTES
COMO UMA POÇA DÁGUA DE CHUVA
NUM ESPELHO.
ESGUICHAVA
     ESCARCÉUS
           DO MIM FRACTADO
DO TEU
EU OUTRADO
OUTrem estraçALHADO
ONDA-SOL-ESPELHO-BEIRA
ALHURES.


     
     

quasi-qualquer

tudo que aconteceu

foi qualquer coisa de ontem.

na janela que se pendura a planta

em  quens quero me transformar:

POLIDAR AS GOTAS DE ORVALHO
LUSTROSAS
DEPENDURADAS
MULTIDAR DE GENTE:

UMA FÁBRICA DE MULTIDÃO.

nasce um poeminho no trem
destravado tiro
era roleta.

O TEMPO DE SOLIDÃO
VENDO O MUNDO fugir  pela janela
dos carros amarelos
condutores de evasão instantânea

Salto.
Vou me descarrilhar nos dormentes
que é sono-sonho quasi-que
do tremor desembarcado
entre estação
e estação.  dinamizo
lento.
Piscam dois olhos vermelhos.
Parem o trem!
Pare!
Mil pés descem:
                             eu continuo.
                                                  sem trem.


Assoprando o carvão combusto
vaporeando minhas duas mil almas
até chover a nuvem ácida
e não mais acordar
no dormente
entre-trilho
uma rama de capim vulgar qualquer.


pOEMAS pra GOZAR ALTO

DÁ-ME -LHE TODO TEU DADÁ!
DÁ-ME-LO!
DÁ-ME-LÁ!
DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!


tombemos os corifeus inertes!
mastiguemos os últimos coágulos da moral!

CHUTEMOS O PEQUENO BANCO
SEM DESaTAR OS NÓS
DA FORCA
DA FORÇA
DA REDE DESCENTRADA
DO BYTE PAGÃO
QUE ESGOELA HIERARQUIAS
A DISSEMINAÇÃO DA SODOMIA E AS TETAS FALANTES!


AOS TRONCOS E CHICOTES
(- AS FLORES O RAMO )
UIVAMOS! NO TEU JARDIM-BRUTALIDADE.
E UM BELO BANHO  DE CACHOEIRA
-passa nesse instante o trenzinho caipira como um foguete desmembrado-

DISSOLVA ESSES ANÉIS-coágulos  DE MELANCOLIA
ESSA DOR QUE VEM NAS COSTAS
DE ALEXANDRE, O GRANDE
UMA PEQUENA
CINTILANTE
PRETUMINHA
formiga.

Apita o TREM CAIPIRA
como um chio SATÂNICO
SAáRICO
desertoso
desfeito
em poeiras
volantes
DO ALADO DE POUCA ALTURA
VÔO DE GALINHA
ISSO DE MEMÓRIA QUE PARTIU
COMO O GRITO
PURIFICADOR
E MÍTICO
DE TODO SUICIDA
OU ATENTOS OS QUE SE PREZEM
NO TENTAR PROFISSIONALIZAR
MORRER.

GAUCHE-TÂNTALO!

ESQUIVA COMO DOIS-PÓLOS
NEGATIVOS SE ESQUIVAM
SEM VERGONHA  ALGUMA
OU CEREMIÔNIA:
 
OS RITUAIS SÓ VELAM.:
                                              NÃO AJUDAM A APODRECER.

UM ALTAR ARTAUDIANO
        NA PRAÇA DO MEU
                        ( CORAÇÃO)

       COMBUSTO.

VELA VERMELHA
SARÇA PULSÁTIL
DE LUZES
PROJETAM NO ANTEPARO
MOFADO DAS MELANCOLIAS ESCURAS
O FILME TERRÍVEL
DAS SOMBRAS QUE TENTO APALPAR
COMO UM CEGO
(PROCURARIA UM FANTASMA
                                                         .


                                  E NEM PARA O SURDO
                                  ( A MÚSICA FOI IGUAL .

Há um ano Spinoza falava
           (de você     .

E EU
   - BÊBADO DE SOL
CHEIRAVA ESSA TUA MÁTERIA
GUARANI SEM PERFUME
             GUARANI-GAUCHE
GUARANI-TÂNTALO-GAUCHE
CUJA SELVAGERIA
(e como odeio cuja, cujos e amo as corujas -
seres sabinos
do olho noturno
de quem tem bico-curto
mas VÊ)
APRENDI TARDE
AO TEMPO IRREMEDOÁVEL
A QUEM POSSO AFIRMAR QUE SUBTRAÍDO
TODOS MEUS ERRORs
               ESSA TRAGÉDIA TERIA FINAL!
          TERIA FINAL!
      TERIA AFINAL
UM DESFECHO DIFERENTE
DESSE CAMINHO DE BECO E INUNDAÇÃO?

AH! mas já vai tarde a resposta
já vai tarde esse bigode de camundongo
que cava bUraco na parede
e dá surra em gato distraído!

MEU CORAÇÃO-RATOEIRA!
a adivinhação das runas
e o alecrim que dança solto
as partituras atonais do vento!

HÁ DOIS ANOS A PAZ
       (TROCOU DE FANTASIA
E NUA PEDE
CARONA NA VIOLÊNCIA
BRUTA DAS ESTRADAS.

ENTRE.
SUPORTE O FATO
DE SER HOMEM DE CARNE,
BONECO DE PANO COM CONS-ciÊncia
OU VESTIR-SE GAMBOA
ROUPAS DO MAR LOUCO HIEROFANTE
E CORRER SAVANA ATIRADO DOCE ENTRE ELEFANTES
               E LAGOS.


COMO TE CONTAR MEUS DIAS?
SEM SUA CARA DE SIM.
DE SER UM PEQUENO
PARA OUTRO CULPADO
PERGUNTA:

AMÉM É QUE NEM ENTER?

A ALMA IMORAL.
IMORAL?
E DAR DE COMER  ÀS ANTITÉSES!
ÀS DUALIDADES?
AO INVERSO
AO PRAZER DO INVERSO
PRA SUBJULGAR
O QUE NÃO É VERSO
TROCO DE FACE
PORTATO-POTENTIO-RECORDATIO-MÁSCARA
PERTENCE
A ALMA IMORAL
       PELO
       MEU REINO
SUA VIDA
DE MENTIRA.

PREFIRIA ACREDITAR
QUE TODA TRISTEZA
É FALTA DE ZINCO
TEATRALIZADA EM HISTERIA
COM TODOS OS TEDIOSOS TEXTOS
QUE A COMPORTA.

COMPORTA. CAPOTA. CABO.

O COMPORTAMENTO É O CABIDO.
NA MORAL SUBTRAÍDA A CULPA
PELO SUPORTAR DO HÁBITO
DE SIDO MESMO.

AH, CHORO TEU MEDO COM URÉIA PELOS OLHOS!
E SÓ NÃO CHORO
E JULGO
PORQUE TAMBÉM CATACUMBEI MINHAS VAIDADADES QUE SOBRARAM!


POSICIONARAM A MAÇÃ
COM UM CORPO EMBAIXO DELA
E A FLECHA
ERA VERDE
A MAÇÃ ERA VERDE
A ESPERANÇA TOLA ERA VERDE
O VAGA-LÙMEM ERA VERDE
E ENTREGASTE O UNIFORME NEGRO
A SIGLA TOTALITÁRIA
O CUMPRIMENTO CONSTRANGEDOR
àS MELANCOLIAS QUE PIAVAM PEQUENAS
E AMARELAS NO CANTO
FEITO UM IMEDIATO PÓS-OVO
QUE BICAVA O MUNDO
DE UMA SÓ VEZ.

De tempo em tempo
desse mesmo mundo
fugiu.


AS RAMAS EM CHAMAS
ESSA AMÁLGAMA
DE NÓS SERES ALAGADOS
HOSPÍCIO DE AERÓFITAS
GRADES DE MANGUE
SERES DE CASCA
QUE APESAR DE NEM SABEREM O MEDO
COMO MEDO NOSSO
FOGEM PARA TRÁS
_TEU CANCêr_
OU DESABAM SUA DANÇA
PARA TODOS OS LADOS.

DANCEMOS. AERÓFITOS. MEZZO-AQUÁTICOS
ESSE PORTO PRA O NADA
QUE É O ACASO,

FALEMOS BAIXO.

e que nossos olhos digam sim.
     

     



quinta-feira, 29 de março de 2012

Tento e vento

restou uma tarja preta no céu
capuz e
ventania.

Na palma da mão
uma linha curta
outra curta
e a longa
da vida
parece forçosamente mentir pra mim.


Procuro amores em livrarias
bibiotecas em bar
calor no vento,
cento´peias de ar
ápodes.

Rezo pra um deus
que é um bicho
um caco
e uma flor.


Joguei teu nome alto na lua.



NAO rIAS

NAO TEMAS
O BECO ALAGOU E SOBRARAM ESCADAS.


talvez sinta assim mesmo
essa ventania que arrancou
minha tristeza fora
uma rajada azul e bruta
de voar
telha
teto
e desabar paredes.

‎"Fugidia.


E sobre nós este tempo futuro urdindo


Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida


A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.






Te descobres vivo sob um jogo novo."


falava assim a lápide da minha tristeza
por enquanto
por força maior
pela grandeza dos teus olhos celestes
e tua boca rosa
endiabrada.

































Ao naufrágio

  DADAÍSMO
        DADAINDIE
        DADAINDO
        DADAVINDO


                              MORRERAM os

meus verões

Nem bem
         nem mal
         VERÃO:


morreu como morre
um camundongo afogado
num copo de água turva
e malva quente.

MORREU VERÁS!

Partiu o trem caipira!
E chamuscados capiais
com seus chapéus de palha
no pinga-fogo de seus cabelos!
CURUPIRAS INCENDIÁRIOS!
 Terra arrasada.
FoLK-napoLEÕES!


Quando vires
(no espaço concedido pela ausência do teu medo)
meus olhos mais brilhantes ainda
saídos como flores
verdes da sisudez  do meu rosto
mais narciso porque petrificada
minha expressão de nojo
diante do adianto tudo da vida
que subtraído tu,
gauche, torto gauche,
é menos todo
 mais            tubarão
                    prancha
                    três passos a fora
                     e piratas.


Taí.
Eu imundo fiz você gostar de mim
com meu d-eus praguejando a contramão
você tem
você tem
você tem
você tem
NADA.

Taí.
petrificasto em mim
nas poucas
ainda
rugas
olho de vidro
a espada
o mar
a prancha
e o descontrole dos pés
suicidas
que fogem de ti à morte
desaprendendo tarde
a selvageria  dos teus dentes.


VÁ!
    AO MAR!
VOCÊ! TU!
          AMARRADOS
          COMO CÃES EUTANASIADOS
          À MINHA POESIA-ÂNCORA.


ACORDA!
   CURTA
           CARREGADA
           PELAS ALMAS-BALSAS DO MUNDO
           COMO UM FARDO FALSAMENTO
           ACUSADO
           DE SER FATAL
           CONTRAINDICA NA  NEBLINA
           AS ILHAS LODOSAS DA VIDA!


DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
DÁ-ME-LO!
DÁ-ME-LÁ!
DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
E NAUFRAGA!
AFUNDA!
PORQUE DE TEU ROSTO
QUERO APENAS O INCHAÇO DO QUE MORREU!
E GENEROSO
FICO CONTENTE
OS VERMES PRECISAM MAIS DO TEU AMOR DO QUE EU.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sapocópio

escrevo por cima dos dias 
                                         que passaram


soterramentos
        lama
mesmice preta de mangue
e nele: (até um mim)

‎desatando um nó de nós: 
eu.


desembrulhando presentes:

UNICÓRNIOS CORNOCÓPIOS

tabeliães
quakers
enredamento
casual desterro
canto
     beira
           soterra
                   beira




nuvem espessa
de
plumbo-água
chumbo nos olhos do céu:
l
á
g
r
i
m
a



pequena
       pequenina
                água-grão
e pensa que o coletivo
de grão
        é duna
      porque só voar
        resta.






Escrevo por cima do tempo que passou.
        poesia pálida
        poesia lápide
                    no tempo do léu:

trem
cruzando trépido teus olhos
de montanhas azuis
             boreais
distantes


meu gelo
    teu gelo
a chaminé
e a neve lamacenta nos pés
do frio novo
que é essa pedra
com um a perder
     de vista
fim



Tentar respirar ocupa muito tempo.


Tem aurora!
    no poço
         Tem aurora!


um sapo só
pensava que o balde pendurado
era um Deus
sem manivela.
 anfíbio-dios-ex-machina.




mudo-mudo-mudo-costurado-boca-sem-boca-risco-riso-mudo-mudo-mudo!
                     esquizomudo
                          zummmmmm
                          zaaaaaaaaaaap
                          u
                          m
                          b         (coaxa, baixo!
                          i
                          d          coaxa, baixo!)
                          o de
                              u
                              m
                              b
                              i
                              g
                              o gelado

(anfíbio-dios-ex-machina)
- coaxa, baixo!
ou explique o que há de comum e amoral
entre sapos,neves e trens!
coaxa baixo!

(O balde)
- Viver leva o tempo
que nos rouba
o tempo.

(o sapo)

- + + -
   o
--------



mudo-mudo-mudo-mudo-acaso-mudo-imundo-mas mudo - meu mundo :




‎desatando um nó de nós: 
eu.



If loVe is

I ARE



mudo. coaxo baixo.