segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hiato


entre o pio de uma coruja
e o tilintar dos orvalhos madrugueiros
canta Bethânia
olho nos olhos
tão só queria eu
um mínimo
cara a cara
lava a lava
rio de fogo encontrando beira de mar
petrificando basalto
meta-mórfico
lava a lava
mumificando terra negra
penhasco duro
pontiagudo
de onde me equilibro quente
respiro fundo
sei que a noite passa
e seguramente enquanto eu não aconteço
guio-me  pelos riscos de magma
dos sismos que me antecedem
racho
tremo
rasgo a noite
grito fogo
e amanhã
diferente
me sismo inseguro de novo
numa fenda entre mais de dois mins
alegre
aceso
de repente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário