terça-feira, 24 de abril de 2012

-

Nasçamos.
Póstumos rebentos a beber
água corrente dos meiOS fios.

sarjeta-placenta
início do mundo
amanhã!
início do mundo.
depois de amanhã.
início do mundo.
COACERVEMO-NOS!
início de mundo
sarjeta-placenta
início de mundo
que voe a terra!
início de mundo.
que estoure a água!
início de mundo.
que chore o fogo!
início de mundo.
que se enraize o vento!
início de mundo
amanhã
depois de amanhã
perto de um Big Bang dançarino qualquer
coacervemo-nos
dispostos
indiferenciados
na medula do infinito
arrebentados
contrapostos
às nossas multidões famintas de inédito.
-tremor e farto ruído-
pronto.
despronto.
mais um amanhã e outro início de mundo.
com duas pedras de gelo
seco
por favor.

Incêndio na moita

esbarro no amor de ontem
fantasiado de verde
na moita
na senda
se perde
parto:

fito.


aquilino
bettianamente aquilino
 por tanta falta de
já nao há
 espaço
para pontualidades.
 desde morteiro aceso
até fagulha
tosco
acaso
incenso de carne
incêndio descabelado
portas de vidro estraçalhadas
na fumaça
 de Santa Teresa.
- passa um demônio bem vestido-
e diz que fogo
é só um enxame de grito
e no mais as fumaças
ah! as fumaças!
tão só eram
nuvens dispostas a chorar.
- inundação! aviso! aviso!
e parece o demônio risonho
ter emprego por toda a vida.

Lições para criança barbuda:



1- Nunca brinque de pique-esconde em casa de espelhos.

2- O inesperado nem sempre é surpreendente.

3- Os vaidosos não gostam de surpresas, nem do presente. É no passado que se alimentam do aquém de si em eterna comparação.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

-

soluço
degrau
despedida
alçapão
madeira
jaula
vida
corrimão
peixe
nado
arrastão
reboque
pneu
roupa
rede
tralha
carcaça
sangue
instinto
atino:


MENINO-DE- BORDÉU!
pseudo cafa-sádico.

A pedra cor de tigre há
de emanar o urro
onde quer que tua fraqueza
pisoteie as folhas
da relva minada.

Basta o TREPIDAR DE UM PEQUENO
ALÇAPÃO
a vareta lenhosa
TOMBA a caixa-jaula
e PLAF!
Está desabada a terra
por debaixo
pra cima
esfarelada medusa
cuspideira de areia
roda atolada
de deus pagão
afro-MINA terrestre
Iansã chorosa
que toda partida é.

restam os dedos necrosados
falanges atrofiadas
palco de metacarpos
o gesto
dos fantoches
escondidos.

atina timida
mente mente mente
jura
e mente
num digo:

NÃO!
OUTRA BOMBA NÃO!


até
o acaso soterrar
boca
falange
o sobrado gesto
suas ruínas sufocantes
de onde aspiram só ais
areias
sangue 
coágulos
e partidas.

Trágicas pernas negras
voam espantadas
feito vôo de mariposa
fósforo e álcool
e o que nos foge humano
é o dia que foi.
e o que sobra de surpresa
é o desadivinhado
ainda
mudo.

ACEITO.
Aberto.

O poente boreal
da independência dos acasos.

HÁ FORA!

E do duplo de todas as máscaras conformadas
chamamos o outro
pelo nomes tácitos
dos tristes acordos
que o precede

:

NINGUÉM ESCOLHE SER JOÃO OU MARIA.

ou comer apressado as migalhas
antes das aves
descaminho


o então degelo
amor cadente
fati-fátuo
fóssil achado luminoso
nas cavernas congeladas
ainda pulsantes
icebergs de homens
doídos mais que o imerso
azul que falta
por dentro d'água
imaginado
imenso.

QUE SUICIDEM bombas
NAS FOSSAS!

ABISSAIS.

E teremos o prazer do frio
 e fluorescente
 silêncio explodido.


quase
mais um
quase
PLAF!
e tudo cheira a sacrifício podre
esquecido pelos deuses.

da caverna azul
fogo roubado
resta um capuz guardião
nossos olhos
com estalactites em punhos
riscando paredes
os quadrados
contadores do tempo
e a celebração da caça
que não fomos.













   


O

Tudo é LED
TUDO é led
late led late LED LATE led
led
late
led
late
- diziam os vapores
da cabeça
do vagabundolume.

Teu trapo de alegria!
A imberbe máfia
senhoria do teu coração!

AH!
E as nossas certezas?
CERTEZAS?
e já não incentivamos
o suícidio com rio
água gelada
correnteza
e pedra no bolso?

Pequena virgem combusta
fúcsia
no camafeu
presente novo
e já mofado.

(  às vezes o banho a dois
é um caldo maldoso
de criança)

VAMOS PEGAR A MALDITA!
escreveram no muro antes de mim
Faz CHOVER UM METEORO
trucida o grão
sopra areia
e PRONTO.

Já é VIDRO e frágil
a imaginação
da próxima partida.

PRÓXIMO!
AÍ!
como grita um ai um jovem sexo
já sabia
que não haveria
tamanho humano pra isso.


Embaraçosos cumprimentos
públicos
são mais vexatórios
para os de abissal estima
que os INSULTOS
publicados?


Se quer hoje
por traquinagem infante
meu desejo
ferir
digo alto
testemunhado pela lua minguada
desse casario arruinado

:

Oxalá pudesse amar
como quem ama viciado
um círculo inconcluso!
Oxalá você pudesse!
Oxalá minguados pudéssemos crescer.
Oxalá cheios!
Novos!
Oxalá  luássemos nossos escuros!


mas nada nasceu
além de morte
amortecida


O anel dilatado
do que não coube nas mãos
descasadas
descascadas
pela cópia
lomoholográfica
das fotos inéditas
inventadas
no velho
cinema de NEGRUME:
INCÊNDIO depois:
a morte de duas crianças.

sem brotar nenhuma
no meio fio que assistiria
mais um tentar amor
sem dor cheio
novo
minguado
enluecido.


até as pedras esperaram Oxalá.
e as crateras
e as luzes
os escuros
vãos
vãos
      - nada nasceu-



Oxalá pudesse amar
como quem ama viciado
um círculo inconcluso.
Oxalá você pudesse!
Oxalá aqui luássemos alhures infinitos escuros!
Círculo inconcluso!
Oxalá um nós pudesse!


















sexta-feira, 6 de abril de 2012

AUTOCLEPTOMANIA

                  , metade
 do TEMPO a procura
do que perdemos
                            na outra
comemoramos
o que não achamos.