sábado, 22 de janeiro de 2011

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"Antes a morte que é só minha do que as meias vidas que me roubavam. Vem, tente roubar o nada, gatuno! Roubarás de mim o quê? Já nada tenho do real que reconheces!"

Raptarás meus instantes?
Nem esses são meus! Eles são sem mim.
Esquadrinharás o ar feito ingênua janela?
Aprisionarás o fogo? Consome o que prende...
Tão bom nada ter e poder andar pelas ruas noturnas e silenciosas sem medo...
Roubarás o que? Minha cabeça?
Essa é demais para ser carregada e não agüentarias tal peso.
Fura hoje qualquer saco. Arrebenta tecidos.
Como o caos arrebentou minhas fibras de dentro e antigas defesas.
Sou o caótico de pernas,
hemato experimental:
seu olho te daria náuseas ao me acompanhar.
Nada tenho e dos meus amigos você correria.
Ou te amigarias com o morte?
Brincas de fazer sumir o que é dos outros
Eu brinquei de morrer e morri.
Fiz sumir o que era meu.
E faço aparecer o que ainda não há de mim nos outros.
Roubarás o que de um farol?
A água circundante?
Onde esconderias o mar roubado?
Teus baús de dentro da terra
fariam brotar rios.
O que é nascente sempre denuncia.
Do mar enterrado jorraria
sem delta a tua prisão.

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