quinta-feira, 23 de abril de 2015

Desclaustro do som- II

Há um homem
o homem ensina o homicida
o homem ensina o homicida
o homem ensina o homicina
                             a rezar
desaprende o homicida
desaprende o homicida
                          a dançar
seu terço uma âncora
seu terço uma âncora
seu terço uma rede
seu terço uma rede
um cordão de âncoras
arrastão de bigornas
essa rede no mar
quisera  um barco
enfeitado de penas
magenta
fúcsia
cortando a espuma dourada
afogando a luz
já é noite
na cabine a cama de pregos
deito em pé
num cabide
pêndulo
forca
isca de mim
colapso frêmito de corpo
debato no ar
peixe de pernas
olho fundo e estalado
já é noite
resta dormir
olhos abertos
esperança solar
ele chega
 evapora a lágrima
num facho de luz
seco
dentro o sal
arde
mas nada apodrece
o sal nunca esquece
o ofício

de matar.    

Um comentário: