quinta-feira, 24 de março de 2011

Poesia

sinto
como quem sente um perfume de pernas
do outro lado da rua

ela vindo
pelos estreitos caminhos do uso cotidiano
e na senda luminosa da vontade
me goza pensá-la
na volta do singular afirmado
pela tênue arquitetura
dos demais d-eus-poesia
urrando a música de Dionísio asiático
ainda sem ter em si cavalgado Apolo
fura com gargantas
as escutas dos sobreviventes
à medíocre vida
que pensa racionalizar enquanto intui
a existência
o possível existir
do não caber
à vida
a poesia
da vida.

ela vem.
de longas pernas e perfume:
ela vem ...

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