domingo, 20 de fevereiro de 2011

9 ou n - Do amoral no cotidiano fantástico

Vamos começar um ludens de exorcismo e sepultamento. Tenho uma música em bom tom tocando. Que vai dar em outra mas essa ainda não sei qual é. Já veio em lânguido rastejo francês. A massa sonora da via láctea: sensual suspense debruçado na mureta oferece um punhado de flor pra quem passa. Vou deitar o ponto de exclamação e falar baixo. Não tenho muito o que dizer hoje porque estou com o vazio do alívio. O deus de mim é um vazio espaço liso. Talvez seja a lua de tão cheia urrante e leonina que nesse agora me faz ficar assim entorpecidamente querendo unhar. O tateio áspero e cortante. Ou para coçar as costas da morte. Onde o braço não alcança ou a foice pode rasgar. Antes da morte se contorcer coça. A esperança é a certeza dos outros. Sou um touro de cristal. O presente é um ontem adiantado. Ser sábio é intuir a natureza da intuição. Caminhei até rua de baixo.



de longe
um barco
quase não reconheço
a antiga vela
branca e decidida


não é um amor ordinário. Isto não é um ordinário. É sua sobremesa que lhe dou. Gélida e reconfortante. Para quem vê beira e também vê curva que leva em outro lugar mais plano de pensar em menos. É fatal: como igual a tudo na não expecta delonga. Murchou e enfim apodrece o broto. Enfim envenena-se a árvore para outra no lugar nascer. Vicia-se a terra para suportar humanos como nós. Esse nós conosco espantado. Em cores já me misturo e espirro porque agora não posso ser nada a não ser branco. A tábua rasa da defesa nova que se espanta com espinho de flor que é rosa. Só rosa. E o meu corpo em mística virou o quê? O amontoado de tecidos carnais ora adiposos ora musculares que regem o ecumênico. O quase imoral, frustado. Porque quer ser amoral.

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