segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

XIX

Pequeno grão, pequeno grão cintilante!
mal tenho forças
O tempo estica duro o arpão de fogo
e  saio de mim batendo a porta quando volto
vestindo trapos mal reconhecem
a quizomba doida
do teu veneno cheirando a perfume
vidro sem boca do teu álcool frio
que entorpece a cabeça de lua e fome
pés. tenho pés.
e o entendimento do cruel humano
perversão dos túneis de mina sem ouro
mancha  do teu desjejum derramado
sangue vivo
sangue morto
sangue com poder
 matar
mãos. tenho mãos.
doam vida a suspeitos mendigos
 o horror da tua bondade
denúncia dos  gestos tortos
 mentira muda que transborda entre teus dentes de limo e pedra
o escorregão
o vacilo
a dança errática que leva seu nome impróprio
o afogamento em terra firme
 arvore  rio abaixo
vontade rio acima
a isca mordida
anzol de prata dos peixes
que mascam navalhas

 descrente das palavras
incendeiam  aldeias desavisadas
morrem os amores de carne viva e fumaça
vejo mais o todo
o aborto espontaneo
alma de feto revolto
atravessa tosco
podre boneco!
da privada ao mar.

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