quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ode a Olinda

a vista arrebata
eu de sol, sal e mangue
amarelo dissipado no amarelo
Forte de Olinda!
Eu-farol porto raso de nós
construído depois do esquecimento.
Recife, flor acesa do mangue!
Brazuca Veneza-aerófita
E laranja
Lama minha lavada de preto!
Deixo aqui o andar
                        para trás
apenas aos carangurejos
costumeiros de sua casa-casca dura
                         e ando pra frente
                          pra frente!
farol de pés que recuam nas marés
                          pra trás!
                          e profundo
como quando o mar se engole
em tiros de vento
cuspidas as pedras
umas contra as outras de onde se parem verdes praias
Abrigo flutuante!
A ponte dos estrangeiros!
e aqui minhas exclamações ficam mudas
aqui eu
daqui alhures
sou forasteiro em todas as histórias inventadas de mim
em tuas terras pequenos milagres
entrelaçados do negrume de terra que é a vida
do negrume de terra que é o caos
do negrume de terra que é beat e ciência
e me sinto as nuvens
forasteiras também pairando
sobre os tubaróes sem sabê-los
voando sem saber-se
porque antes água-ar que ficou.
Olinda! Suas terras altas salpicadas de cruz!
Ama de leite de todas as Clarices!
Forasteiras as nuvens.
Forasteiras as ladeiras!
Forasteiro o farol recolocado!
Forasteiros os tubarões que comem lodo!
forasteiro eu
de alma alhures e mais amarela
porque agora também pernambucana.

Porque agora meu fim é um risco  de riso na face lodosa do mundo.

Terra pintada  pirateira!
Saqueaste o pesadume de mim
e me sinto Olinda
profundamente agradecido.
amarelo, laranja e de um preto naña
 e véio cheíssimo de suja luz.

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