segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

II- Dos fragmentos de Anne Miller

A estima do arco distendido. A distância proposital do golpe. Para melhor fluir o encontro- dizem no oceano-  melhor sempre podar tentáculos. Talvez o encontro se faça só. Porque quando se está cara a cara jamais se está corpo a corpo. O prazer livremente conquistado pelo instinto nunca é rostidade.  Dispensa toda essa Identio-fellatio-urbes.

Talvez renunciar mesmo coroado ao evitar do desprazer seja aquela escolha que já não é escolha - é sopro do instinto. é pré-selvagem. é nada atávico. é luz e brilha sem medida porque etérea. Étérea a noite dos desacordados. Mágica e fantasmagórica toda máscara que derrete sob o sol do dia! O irrefutável clarear do dia. A nova lembrança do branco após o conforto tátil da noite. A pele sempre costuma dormir no escuro. As corujas - acordadas- possuem sempre penas. Talvez por saberem demais. A falta de pele nos faz insensível demais ao conhecimento.  Insensibilidade circular onde faz casa  o acúmulo.  Tanto mais narciso mais retrô. TANTO mais objeto mais passado. - se a busca pela objeto é sempre no mínimo a busca pela segunda vez - pela segunda manifestação-impressão do objeto. O desconhecido é jamais perseguido. - é jamais sonhado.: por ser o mais temido. E dormir seria apenas uma sucessão de traumas desacordados. Quando a ciência da memória como fraude emerge é precisa a recomposição do corpo tamanha e rara que só abarque o também raro momento do silêncio que nunca constrange duas pessoas sozinhas quando não há encontro. Quando só há espelho contra espelho e tudo passa. E o susto do sol quando bate em coincidência com duas coisas que nunca se vêem. Talvez distraídas com o brilho do mútuo reflexo.  Por tédio começariam inventar histórias do dia dos dois sóis. E emergeria a religião dos seres pequenos de cada lua em tantos planetas descobertos.

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