quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

II

cria não
que nos quentes dos dias desde
a quentura da medição inventada
viria simples e de brisa esse amor
orvalhador de árvores lago evaporado
cria não
que evitaria os bandidos, os de serem bandidos por facileza
não pelas morais heroínas
não por medo dos tiros
dos gatilhos
mas porque em mim benvindas as balas
amálgama turmalina essa rocha que carrego no sangue diluída
imã de tempestades
comida fria que sobrou
em mim vêm os perigos
costas enfeitadas de tufões e sal espalhado
rajado no vento
o que sobra da água marítma
quando o sol expulsa o molhado
e dá vida ao sal grosso e brilhante
espécula salitosa impalatável
lavante dos pés andarilhos
mortais de indecifrável estátua
expulsor dos ânimos perfidios
repelente do preto áureo das  máscaras
desvelo de toda beleza marital do acaso!
máquina de lumiar os não-esperados
grãos polidos de sódio e vento mão que gasta
as formas ideais do bem quisto ontem afundado
em estátua, pedra recortada,
nasce nos quentes dos dias desde
a quentura da medição inventada
o novo país
delta de nós
porto petrificado no mapa
terra fértil das ampulhetas brotadas
imã desfazedor das diásporas da dor
chega você outro
paro eu outro
e nos mesmos dedos
nas mesmas mãos
brilha o anel eterno do nosso amor salgado
porque corpo desejoso
  elétrico que voou.

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