domingo, 10 de abril de 2011

13 ou n - Da morte do outro

abril...
trarás o que ainda?
e tanto...



Volto. Mas não sei quantos pedaços de mim voltam. Sem susto. Não há como registrar todos os rostos de cada multidão. Recém cheguei de uma festa de criança, com todos seus ritualismos muito bem colocados para o bem da memória dos pais. Meu pequeno irmão mal compactuava com aquilo. Devia ser para ele além de bichos,cores. Cores falantes. Até que idade será que ouvimos a cor? Onde se dá a curva do esquecimento dos sentidos selvagens? Assim as crianças me parecem: bichos selvagens sem microfone. As fotos e as pequenas delícias em copinhos para o pequeno bicho nada valiam salvo seu desaber. De pequeno, experiência malfazeja, já querem lhe roubar um sorriso - : congelar o quente instante. Que se suassem junto quereriam água fresca e não imagem em pedra. Mas sempre há espaço para os marginais acasos em todo ritualismo clichê. Paro. Há semanas tateio o fio recondutor... Apalpo o transe com mãos de calo e enxada. Faço um carinho áspero no tempo. Deixemos o vôo, e voltemos a fisioterapia de penas. Antes preciso andar para trás até ter o terceiro olho na nuca. Regresso a mística elétrica muito porque morreu meu primeiro outro querido. O físico do velho Zuza se foi. E como descrente no além-mundo dado dói mais do que o não conhecer o criador dos criadores. Reeitero ação da água de ser escrevo. Para ser lido? Definitivamente não. Vocês não lêem o que escrevo. Se lêem, lêem vocês com meu caleidoscópio emprestado. Fato que me faz crer ser no sempre amador. Volto porque em março o chão tremeu na inquietação da água de dentro desperta pra fora pela lua perto e gigante. Subiram a maré e o magma. Até o atrito fatal da fenda. E no último dia da expansão da matéria nossa última conversa. Um lindo dia para morrer. elegante. Nossa conversa continua a boiar como uma vitória-régia sem ainda flor passeia pelo turvo espelho da água e barro. Nunca exaltei tanto a parca conexão virtual que tenho. Poupou a prisão da última lembrança do teu corpo em um quadrado. E boiava a vitória, régia... Insistentemente tua câmera não queria ver-te visto pra mim. Como ando pensando nas traições desse exercício - transe do eu-mim descoberto em outras multidões que são a areia soprada onde seus olhos se e te restringem. Perguntei de um livro cuja re(trans)visão me foi dada no aniversário 15. E faltava pouco para tê-lo de novo. Cheirá-lo em primeiríssima mão, como bem me falou o velho ZaraZuza. Depois de eu morrer tudo se transmutou urgente. Mas agora depois da sua virei um entregador de cartas sempre atrasado. O canto direita da minha boca se acha liberto rindo de ausências. Seus ossos agora são também minha genealogia fóssil. Meu olho fechado agora tem mais sim que não. Eu que sempre ouvi a morte caminhar ouvi a sua de pantufas. Penso ter conhecido o mais interessante devastador de florestas. Não pesa na memória ninguém que tenha morrido e dado sopro de ânima brotado o palhaço do prório brilho em rizoma compartilhado: a não ser você. A não ser teu tu-vós vizir do meu plural. Lupi e nossa contradição melancólica. Sua máquina está aqui sem fita e nunca mais há de escrever! E se para mim o seu personagem for ruim? E esse “e se” é tua imortalidade... A pergunta última que você não respondeu era sobre a Clarice. Tem uma música que toca em minha cabeça e me faz dançar. intuo o ritmo dos acasos da vida e a pausa fim do teu corpo que me faz pensar agora na força do instante. Do não-dito que aprende a andar como emergencial verdade. Meu silêncio acusa sua morte de atemporal. Ocorre agora o diálogo festa do quase agora: - vamos,vamos... que já é tarde. amanhã é dia de branco!
Que amanhã pra mim é sempre dia de preto.

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