sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O morto e a natureza

       zigoto de girino

mórula do pântano

fantasma pequeno e verde

as algas dançarinas de corrente

suicidas foliãs

não morrem

antes do nada

                                                                      longevo.

 

 

A natureza é sempre a última a nos abandonar

e alguns pensamentos viram cometa

nave mítica a historiografia

comandada a conquista do vácuo

a esmo

escafandros amanhecem em dourado

deito

espuma cintilante e

                                 metal

faísca fátua

            sarça parida na água

            gotejando fogo

            chama submersa

            gargalhada mortal da terra

brota

o vermelho da água

destino nos astros

desenhado de luz

o mapa das estrelas

rumo escrito e brilhante

quando nos olhos

aparece o já visto

                             agora morto.

 

 Já pisei na tua terra, vulcão!

WANDERLUST! WANDERLUST!

joguei minhas roupas e corpo

por tuas costas empoeiradas

desterrei o sedentário pesadume

âncora do niilismo

espanco de acaso

grande fênix da dúvida

WANDERLUST! WANDERLUST!

correm com asas

beija-flores

e doces agulhas.

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