saci da renascença
perneta
cuspidor de fogo e cabeça
às mulas
nem égua, nem asna
desnomeada acéfala !
ser de labareda e clarão!
poente do SOL des-falecido
deitando os raios escuros
na cortina vaporosa da lua
tragadora de àgua
imã de molhado
alvo de gotas pequenas
maestra das marés
antena manjedoura de reflexos e
dragões
sem anjo
desmanca da trombeta o apocalipse
vilão
rolo compressor
vida acanhada na pílula
atáxico anti-beira :
o farol.
mal sabido de estrelas
aviso do solo revolto
contei as pedras portuguesas
em números primos
em nomes avulsos
lousa dos entes idos
nas operações, no choque, nas orgias
canta o pássaro de nuvem, lata e
odor
morre o Rio
e nasce a fenda seca tenebrosa
túnel esfomeado de magma
cospe na cara o ouro que roubou
o axioma do filme proibido
a ração dos cães
o barro duro que gira no vácuo
planeta choroso esta Terra mais triste
a cada chicote e pau e martírio
arsênio afálico de mundo
vulva delta de monstros
lua negra despida
que deita
com Cristo
sem poesia.
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