quem não gosta de diamante
nem prata
tem
porque desconhece
a cristalina
e pétrea alegria.
há ainda
oh se há
sempre um maldito
que cospe pérola
e come lixo.
joga o véu fétido
embelezando carpideiras
que nem ressucitando
teriam alegria tamanha!
pra fazer valer tanta vida.
E come sua fome
em civilizado prato
porque se comesse de si
o lambuzo confuso seria
mais cianeto
menos fatal
do que qualquer culpa que troca
a vaidade pela auspiciosa coragem.
Esse cavalo de mouro amor!
Pensando minha gente que era um deus!
Um qualquer deus!
E tão só era a mula fatal!
A mula acéfala fantasiosa dos roceiros!
O cavalo-demônio intrépido!
E sim.
Os indíos que esburacam meu coração pensaram
que tua palavra
era mais gesto
e não era!
sílaba juntada podre
cavalo sem crina
mula sem cabeça
era esse teu amor-deus anfitrião!
Ah, já basta de casco!
já basta o gosto ferruginoso de ferradura em minha boca!
e minhas ventas!
e minha procura
e minha mula
que morreu de sede no falso verão
do teu pífio amor.
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