quinta-feira, 29 de março de 2012

Ao naufrágio

  DADAÍSMO
        DADAINDIE
        DADAINDO
        DADAVINDO


                              MORRERAM os

meus verões

Nem bem
         nem mal
         VERÃO:


morreu como morre
um camundongo afogado
num copo de água turva
e malva quente.

MORREU VERÁS!

Partiu o trem caipira!
E chamuscados capiais
com seus chapéus de palha
no pinga-fogo de seus cabelos!
CURUPIRAS INCENDIÁRIOS!
 Terra arrasada.
FoLK-napoLEÕES!


Quando vires
(no espaço concedido pela ausência do teu medo)
meus olhos mais brilhantes ainda
saídos como flores
verdes da sisudez  do meu rosto
mais narciso porque petrificada
minha expressão de nojo
diante do adianto tudo da vida
que subtraído tu,
gauche, torto gauche,
é menos todo
 mais            tubarão
                    prancha
                    três passos a fora
                     e piratas.


Taí.
Eu imundo fiz você gostar de mim
com meu d-eus praguejando a contramão
você tem
você tem
você tem
você tem
NADA.

Taí.
petrificasto em mim
nas poucas
ainda
rugas
olho de vidro
a espada
o mar
a prancha
e o descontrole dos pés
suicidas
que fogem de ti à morte
desaprendendo tarde
a selvageria  dos teus dentes.


VÁ!
    AO MAR!
VOCÊ! TU!
          AMARRADOS
          COMO CÃES EUTANASIADOS
          À MINHA POESIA-ÂNCORA.


ACORDA!
   CURTA
           CARREGADA
           PELAS ALMAS-BALSAS DO MUNDO
           COMO UM FARDO FALSAMENTO
           ACUSADO
           DE SER FATAL
           CONTRAINDICA NA  NEBLINA
           AS ILHAS LODOSAS DA VIDA!


DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
DÁ-ME-LO!
DÁ-ME-LÁ!
DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
E NAUFRAGA!
AFUNDA!
PORQUE DE TEU ROSTO
QUERO APENAS O INCHAÇO DO QUE MORREU!
E GENEROSO
FICO CONTENTE
OS VERMES PRECISAM MAIS DO TEU AMOR DO QUE EU.

Nenhum comentário:

Postar um comentário