DADAÍSMO
DADAINDIE
DADAINDO
DADAVINDO
MORRERAM os
meus verões
Nem bem
nem mal
VERÃO:
morreu como morre
um camundongo afogado
num copo de água turva
e malva quente.
MORREU VERÁS!
Partiu o trem caipira!
E chamuscados capiais
com seus chapéus de palha
no pinga-fogo de seus cabelos!
CURUPIRAS INCENDIÁRIOS!
Terra arrasada.
FoLK-napoLEÕES!
Quando vires
(no espaço concedido pela ausência do teu medo)
meus olhos mais brilhantes ainda
saídos como flores
verdes da sisudez do meu rosto
mais narciso porque petrificada
minha expressão de nojo
diante do adianto tudo da vida
que subtraído tu,
gauche, torto gauche,
é menos todo
mais tubarão
prancha
três passos a fora
e piratas.
Taí.
Eu imundo fiz você gostar de mim
com meu d-eus praguejando a contramão
você tem
você tem
você tem
você tem
NADA.
Taí.
petrificasto em mim
nas poucas
ainda
rugas
olho de vidro
a espada
o mar
a prancha
e o descontrole dos pés
suicidas
que fogem de ti à morte
desaprendendo tarde
a selvageria dos teus dentes.
VÁ!
AO MAR!
VOCÊ! TU!
AMARRADOS
COMO CÃES EUTANASIADOS
À MINHA POESIA-ÂNCORA.
ACORDA!
CURTA
CARREGADA
PELAS ALMAS-BALSAS DO MUNDO
COMO UM FARDO FALSAMENTO
ACUSADO
DE SER FATAL
CONTRAINDICA NA NEBLINA
AS ILHAS LODOSAS DA VIDA!
DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
DÁ-ME-LO!
DÁ-ME-LÁ!
DÁ-ME-LHE TODO TEU DADÁ!
E NAUFRAGA!
AFUNDA!
PORQUE DE TEU ROSTO
QUERO APENAS O INCHAÇO DO QUE MORREU!
E GENEROSO
FICO CONTENTE
OS VERMES PRECISAM MAIS DO TEU AMOR DO QUE EU.
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