Se uns usam ponteiros para despertar
é meu tédio sino que apavora.
Chacoalha metal contra metal,
desabafa : - " Cuco ! ".
Feia voz para piar.
Abertas as estáticas portinholas!
Pulam sempre os cadáveres com mais penas.
Se uns usam ponteiros para despertar
é meu tédio sino que apavora.
Chacoalha metal contra metal,
desabafa : - " Cuco ! ".
Feia voz para piar.
Abertas as estáticas portinholas!
Pulam sempre os cadáveres com mais penas.
Quem há de se afugentar com o leão?
Se leoa fosse talvez pouco me ferisse
E guardasse menos minhas atenções aos meus pequeninos
Porém hábeis espíritos do pesadume!
Dormi, acordei e de me enuvear no mundo aéreo das idéias
Sou agora eu o ideal da idéia do que nunca foi antes.
Tudo fosse mais natural
Seria sempre o maior agressor,
Mas com meus bichos refreados
Sobraram só jaulas de um zoológico barato e abandonado.
Depois daquela explosão
Voaram os tucanos
E num elefante manco surge montada a minha preguiça de sofrer.
Pelo lado esquerdo se mostra
Pintado de guerra e com asas-planos
Meu tédio triunfante , salva-mortes!
Diz ele baixo “Paremos de estar!”
E alto respondo que sejamos nós por todas as linhas.
Quando por entre as grades da jaula
O leão não mais se engana do que sempre foi chicote
Todo zoológico vira um doloroso circo
Se o que era pra ser admirado
Em sucessivos estalos
Vira agora a atração da dor.