Desembarquei de mim.
Depois do credo e veemência :
não era mais preciso ir às alturas.
Anos passaram...
Enferrujaram-se os binóculos e o resto metal.
O subir apenas pensado já cansava.
Titubeava entre alçar velas e sentar mareado no meu tédio.
Trocava tantas palavras com quem tinha medo!
Até quase pensar que por ter maus ouvidos, medo também sentia!
E velava montanhas...
O ter que querer subir fatigava.
Até chegar o justo momento anterior ao pôr da lua,
para desembarcar de mim e de vez.
E por vez acreditei que todas as praias
nada mais eram que poeiras de montanhas.
Perdi o medo da preguiça das alturas.
Troquei o ar rarefeito
para tê-las entre os dedos.
Aquelas que outrora se mostravam montes,
esfarelavam-se na possibilidade
de erosões serem as minhas.
No poder de ser eu a poeira e a montanha,
desembarquei de mim.
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