terça-feira, 8 de setembro de 2009

Desembarque

Desembarquei de mim.

Depois do credo e veemência :

não era mais preciso ir às alturas.

Anos passaram...

Enferrujaram-se os binóculos e o resto metal.

O subir apenas pensado já cansava.

Titubeava entre alçar velas e sentar mareado no meu tédio.

Trocava tantas palavras com quem tinha medo!

Até quase pensar que por ter maus ouvidos, medo também sentia!

E velava montanhas...

O ter que querer subir fatigava.

Até chegar o justo momento anterior ao pôr da lua,

para desembarcar de mim e de vez.

E por vez acreditei que todas as praias

nada mais eram que poeiras de montanhas.

Perdi o medo da preguiça das alturas.

Troquei o ar rarefeito

para tê-las entre os dedos.

Aquelas que outrora se mostravam montes,

esfarelavam-se na possibilidade

de erosões serem as minhas.

No poder de ser eu a poeira e a montanha,

desembarquei de mim.

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